Na manhã desta quinta-feira (9), a Assembleia Legislativa do Pará recebeu o seminário da Secretaria de Juventude da Unale, com o tema “Desafios e Perspectivas da Juventude Brasileira”. Dividido em dois painéis, o evento discutiu o papel do parlamento na construção de políticas públicas para a juventude e os desafios, conquistas e perspectivas no combate ao extermínio da juventude negra na Amazônia.
Entre os apontamentos do debate acalorado, que contou com a fala, ao final dos dois painéis, de representantes de movimentos sociais de diversos segmentos, foi reforçada a necessidade de se melhorar a educação e gerar empregos para os jovens. De forma geral, o consenso é que se precisa buscar formas de garantir a igualdade de direitos e oportunidades para os jovens.
Segundo o presidente da pasta, deputado estadual Severo Eulálio (PMDB-PI), o encontro cumpriu seu papel e irá contribuir para o fortalecimento dos debates nos plenários das Casas Legislativas. “Após esta discussão vamos elaborar um produto, que irá ser disponibilizado para os demais deputados levarem o tema para seus estados. Afinal, ainda existem poucas comissões de juventude nas Assembleias, o que dificulta o desenvolvimento da temática”, defendeu Eulálio.
Ao palestrar sobre o dever do parlamentar na promoção de mudanças efetivas na área, o vice-presidente de Assuntos Políticos da Secretaria de Juventude, deputado Dirceu Ten Caten (PT-PA), lembrou as chacinas contra jovens do estado. “Esta semana comemoramos pela primeira vez o Dia Nacional da Juventude (4 de novembro), em alusão ao massacre de jovens ocorrido há dois anos. Esta data chama atenção da classe política para que haja uma inserção dos jovens na política, principal instrumento de mobilização da sociedade”, discursou.
Dividindo o painel com o anfitrião do evento, o colaborador do Instituto Amazônico de Educação Popular (IACEP) e mestre em política pública, Augusto Ramos, citou dados sobre como está sendo debatido o tema no Brasil. Segundo ele, “não basta apenas a criação de políticas para a juventude, mas que sejam feitas com a colaboração dos jovens, que devem ter voz e vez”.
O segundo quadro foi composto pelo assessor político do Centro dos Direitos Humanos da Diocese de Nova Iguaçu/RJ, Fransérgio Goulart; pela historiadora, educadora social e ativista feminista negra, Maria de Nazaré Cruz; pelo educador social e ativista de Direitos Humanos e da Comunicação Popular, Alex Pamplona; e pela psicóloga e professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Lúcia Isabel. Durante a explanação, buscou-se apontar caminhos para solucionar a violência enfrentada pela juventude negra da região amazônica.
“Os primeiros caminhos para se ter uma igualdade são: combater o racismo e diminuir os privilégios. O homem tem privilégio sobre a mulher e o branco sobre o negro, temos que encontrar mecanismos para que não exista mais isto”, provocou Goulart, que destacou ser um branco privilegiado na luta por igualdades.
Juventude brasileira nas Assembleias Legislativas
Também prestigiaram o evento e acrescentaram fala ao debate, o tesoureiro e o secretário da Unale, deputados estaduais Antônio dos Santos (PSC-SE) e Martinho Carmona (PMDB-PA), que na ocasião também representaram os presidentes da Unale e da Alepe. Além dos demais membros da Secretaria de Juventude, deputados Carlos Antônio (PSDB-GO) e Georgeo Passos (PTC-SE), que se propuseram a levar o tema para seus estados e ampliar a discussão para a esfera federal.
Entre as deliberações, ficou acertada uma reunião de trabalho para o próximo dia 5 de dezembro, na Assembleia Legislativa de Goiás, que fará um compilado do que foi proposto no Seminário e decidirá os próximos passos da pasta. De acordo com Carlos Antônio, “com certeza o aprendizado de hoje será levado para sua Casa, que será parte ativa no desenvolvimento da temática”.
Programação Cultural – Às 17 horas, foi iniciado o Circuito Político-Cultural, na Praça Floriano Peixoto, no qual grupos jovens locais fizeram apresentações artísticas.