O primeiro painel do dia 4 de dezembro trouxe profissionais da educação para debater inovações dentro das atividades pedagógicas
O painel “Educação e inovação pedagógica: novos modelos de ensino para o século XXI” abriu os trabalhos no segundo dia da 27ª Conferência da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale). O objetivo foi discutir a educação dentro do cenário tecnológico e seus novos formatos de ensino, além dos desafios dos profissionais da área diante das futuras projeções educacionais com os avanços de novas tecnologias.
Um dos pontos abordados no painel colocou em pauta a necessidade de pensar em novos panoramas para a atuação desses profissionais e usar a tecnologia como aliada. Claudia Costin, especialista em educação e fundadora do Centro de Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas, abriu o debate destacando a importância do papel do professor dentro desse cenário em que as tecnologias andam juntamente com o processo educacional.
“A educação é a política pública mais importante para construir o futuro. Para isso, vai ser necessário que essas ações olhem para a atividade do professor e mude seu perfil. Assim, será possível avançarmos muito mais em direção ao ensino integral. Sim, os equipamentos vão entrar nas escolas, mas se as instituições de ensino se prepararem de maneira diferente”, pontuou Claudia.
A inteligência artificial, inserida nas atividades educacionais, também foi um dos temas em discussão no painel. Quem trouxe a questão foi Tales Gomes, empreendedor premiado pela Forbes Under 30 e especialista em educação e tecnologia. Para ele, antes de usar a inteligência artificial, os alunos precisam da base escolar. Isso porque saber escrever é um dos princípios fundamentais para direcionar os comandos que vão estimular a IA.
“A importância de educarmos os alunos para que eles saibam escrever bem é fundamental para o uso das ferramentas de inteligência artificial. Imagina usarmos essas ferramentas de uma maneira ruim, com pouco vocabulário? A tendência é que esse produto saia da mesma forma”, disse Tales, que também é coautor do livro “Docentes em Ação: Práticas com Tecnologias”.
Formação humana
Segundo Fernanda Paschoal Xavier, professora destaque no Prêmio Professores do Brasil, com premiações no Projeto EMAS Sustentável e no Prêmio Paulo Freire, é preciso colocar a valorização do profissional da educação como prioridade e desenvolver projetos que criem espaços onde a comunidade escolar queira estar.
“Precisamos pensar em educação para o século XXI em espaços onde professores, funcionários e alunos, os principais atores dessa área, queiram permanecer. Para isso, são necessárias políticas públicas que valorizem a atuação e capacitação desses profissionais e, também, a busca de práticas escolares cotidianas que contribuam para sua imersão e permanência dentro das unidades escolares”, destacou Fernanda.
Papel das Assembleias Legislativas
Ao final do painel, João Alegria, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, deu ênfase ao papel do Poder Legislativo: “O Legislativo tem importância muito maior do que se atribui quando falamos do âmbito regulatório da educação pública. Trabalhar em um levantamento da legislação estadual sobre a educação do seu estado e uma possível atualização geral dessas leis seria muito interessante”.
Por Larissa Bispo
Foto: Thiago Lontra – RJ