img_5679Um grande exemplo de superação. Assim pode ser definida a história do ex-goleiro do Chapecoense Jakson Follmann, um dos seis sobreviventes do voo que levava a delegação do time catarinense à Colômbia, para disputar a final da Copa Sul Americana no final de 2016. Com um sorriso no rosto e um olhar cheio de esperança no futuro, o hoje embaixador da Chapecoense contou seu drama e seu recomeço nesta quinta-feira, 10, em um bate-papo promovido dentro da programação da 22ª Conferência Nacional da Unale.

A cerca de um ano e meio, após sobreviver à queda do avião que vitimou 71 pessoas, Follmann descobriu, ainda no hospital na Colômbia, que havia perdido uma das pernas e que sua carreira no futebol fora, então, muito precocemente encerrada. Em vez de lastimar, o ex-goleiro só agradeceu a Deus pelo milagre que recebera. Uma segunda chance.

Essa nova oportunidade está sendo muito bem aproveitada. Além do trabalho desenvolvido dentro da Chape, o ex-atleta atua em uma clínica ortopédica em Chapecó-SC. Seu trabalho é receber e conversar com os novos pacientes que vivem situações parecidas com a que viveu. É uma forma de motivar e levar esperança aos pacientes.

O ex-atleta conta que o contato com outros pacientes amputados, ainda na clínica em que se tratou em São Paulo, foi muito importante. “Foi muito bom conhecer outras pessoas que tiveram membros amputados. Cada um tem uma história diferente e você descobre que o seu problema não é o maior do mundo”.

O bate-papo promovido pela Unale foi intermediado pelos deputados Alencar da Silveira Jr. (PDT-MG), Kennedy Nunes (PSD-SC) e Ivana Bastos (PSD-BA). Além de deputado, Alencar da Silveira foi presidente do América Futebol Clube, de Minas Gerais, e como dirigente esportivo, quis saber como foi para o ex-atleta ter que interromper uma carreira precocemente depois de tanto sacrifício para chegar onde estava. “Vivi momentos muito bons no futebol. Tive a oportunidade, por exemplo, de jogar com o Dida, no Grêmio, que era meu ídolo desde criança. Por isso, tenho só que agradecer. Não posso reclamar de nada”, disse o ex-goleiro, que agora faz curso de gestão na CBF, com o objetivo de continuar atuando no futebol, mesmo fora de campo.

Com muitos projetos para o futuro, o Follmann disse que hoje só com uma perna consegue chegar muito mais longe do que chegava quando tinha as duas pernas. “Estou em um momento de aprendizado e buscando novos caminhos. Recomeçar foi muito difícil porque sabia que muitas vidas foram perdidas no acidente. Mas a gente nasce sem nada e morre sem nada. Por isso, vou seguir sempre de cabeça erguida.

Por Jader Viana

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