A cada 40 segundos uma pessoa se mata. São quase 800 mil vítimas de suicídio por ano no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre os jovens de 15 a 29 anos o suicídio é a segunda causa de morte. No Brasil, as estatísticas também são assustadoras: a cada 45 minutos, um brasileiro comete suicídio. São 32 vidas perdidas por dia, segundo dados do Centro de Valorização da Vida (CVV). Mais: 90% dos suicídios poderiam ser evitados.
Sobre o assunto, tramitam na Alesp dois projetos de lei de autoria do deputado Gil Lancaster. São eles o que institui o Programa de Combate e Conscientização sobre o jogo “Baleia Azul” nas escolas do Estado (PL 247/2017) e o que cria o Plano Estadual de Combate ao Suicídio (PL 1542/2015).
“Devemos dar total atenção aos temas. São dois assuntos sérios que merecem muita reflexão. Se os atos suicidas parecem violentos para quem está observando de fora, imaginem a intensidade do desespero de quem optou por essas atitudes prejudiciais à própria vida”, afirma o deputado.
A fim de conscientizar pais e profissionais da área de saúde, o parlamentar quer realizar uma campanha no Estado para discutir sobre os dois problemas, além de promover palestras sobre como identificar pacientes com quadro de depressão e outros transtornos, entre outras atividades. “Conto com a ajuda de vocês para, juntos, revertermos essa triste realidade no nosso país”, disse.
Ação na Assembleia
Na última terça-feira (12), a Assembleia Legislativa recebeu especialistas e representantes de instituições para discutir sobre a prevenção do suicídio. O encontro faz parte da campanha “Setembro Amarelo”, que ocorre no Estado desde 2014 para alertar a população sobre o tema.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Brasil é o oitavo país em números de suicídio, onde cerca de 8 milhões de pessoas são portadoras de transtorno bipolar e depressão. No mundo, a cada 40 segundos uma pessoa se suicida. Estima-se que 90% dos casos devam-se a um transtorno mental. Entre os jovens, o suicídio é a terceira causa de morte entre 10 e 14 anos, e a segunda entre 15 e 34 anos de idade. Nesses casos de suicídio na adolescência, o envolvimento da família, da escola e da sociedade é fundamental para salvar vidas.
A psiquiatra Sonia Palma ressalta que o suicídio não tem gênero ou grupos etários. “Atualmente os jovens são o grupo de maior risco. Isso decorre da vulnerabilidade do comportamento, dos conflitos internos, do acesso ao conhecimento por meio da tecnologia e até mesmo da cultura do consumo”, disse.
O deputado Coronel Telhada (PSDB) lembrou que o assunto é sempre atual e presente. “Há muito suicídio na Polícia Militar e debater sobre isso, tema tratado como tabu, é abraçar uma missão e dar o máximo possível para ela ser bem executada”, declarou. Telhada ainda citou a importância de o governo apoiar as instituições que lutam pela causa.
Várias instituições marcaram presença no debate, como a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata), a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia (Abre), a Associação & Comunidade de Apoio Casa de Maria Embaixadora da Paz e o Centro de Valorização da Vida (CVV).
O Palácio 9 de julho aderirá à campanha e terá a fachada iluminada de amarelo. Várias cidades do Brasil terão os principais monumentos, prédios públicos e viadutos iluminados na cor da campanha para chamar a atenção da sociedade.