ALESE: Projeto social busca impulsionar acolhimento às crianças diagnosticadas com TEA

Foto: Jadílson Simões/Agência de Notícias Alese

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese), deputado Jeferson Andrade, recebeu no início da tarde desta terça-feira (11), o médico neuropediatra, Rodrigo Araújo, responsável por idealizar um projeto social voltado para a capacitação de professores da rede municipal e estadual, sobretudo voltado para indícios de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Denominado ‘Tria-TEA’, a ação voluntária e sem fins lucrativos busca acelerar o acolhimento e início dos tratamentos específicos para cada criança. O alto índice de crianças nascendo com este transtorno provocou a criação deste projeto.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que a prevalência de pessoas com TEA vem aumentando progressivamente ao longo dos anos. Em 2004, o número divulgado pela Rede de Monitoramento de Deficiências de Autismo e Desenvolvimento dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) era de 1 a cada 166 crianças. Em 2012, esse número estava em 1 para 88; já em 2018, passou a 1 em 59. Na última publicação feita pela CDC, no segundo semestre de 2021, a prevalência estava em 1 em 44. Esses dados são referentes ao Brasil. Nos Estados Unidos da América o cenário é ainda mais preocupante; o próprio CDC revelou no final do ano passado que 1, a cada 36 crianças, foram diagnosticadas com TEA até os dois anos de idade.

Ao presidente da Casa Legislativa, Rodrigo Araújo destacou que a partir do momento em que professores do ensino infantil estiverem preparados e compreendendo os principais sinais do Transtorno do Espectro Autista, será possível acionar pais e/ou responsáveis para que as crianças sejam de forma breve direcionadas para um tratamento adequado. Com o apoio dos deputados estaduais, o médico neuropediatra garante que pode transformar o estado de Sergipe em modelo para o país. Estas ações fazem parte da campanha Abril Azul, que possui a finalidade de ampliar na sociedade a conscientização sobre o Autismo.

“No primeiro momento a proposta é que cartilhas detalhando o TEA sejam distribuídas nas instituições públicas de ensino que trabalham com crianças com idades entre 08 meses e 03 anos. Sabemos que esta fase da vida é essencial para observar os comportamentos e, em caso de confirmação do transtorno, proceder de imediato com os tratamentos. Nossa ideia é acolher a custo zero cerca de 12 crianças por semana, mas com a tendência de ampliar gradativamente”, destacou Rodrigo Araújo. O compartilhamento destas cartilhas deve ocorrer também em unidades básicas de saúde e em escolas da rede particular.

“Nossa missão inicialmente é trabalhar com as instituições administradas pelo Estado ou prefeituras, mas nada impede que este conteúdo didático presente na cartilha de igual modo seja repassado para as escolas particulares. Precisamos ampliar o conhecimento, a conscientização e os trabalhos de acolhimento para cada criança com TEA. Contar com o apoio da Alese é o primeiro grande passo para que possamos ampliar essa nossa missão”, completou o médico neuropediatra, Rodrigo Araújo.

Debate estendido

Paralelo ao social desenvolvido pelo ‘Tria-TEA’, a enfermeira Jullyana Andrade defende que todos os assuntos em torno do Transtorno do Espectro Autista sejam amplamente abordados não apenas durante o mês de abril. De acordo com o Ministério da Saúde, em parceria direta com a Rede de Monitoramento de Deficiências de Autismo e Desenvolvimento dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, foi observado que no Brasil cerca de 2 milhões de pessoas foram diagnosticadas com o transtorno. É preciso frisar que, por se tratar de transtorno – e não de doença –, o autismo não tem cura.

“O apoio dos deputados e da Assembleia Legislativa em seu contexto geral, se trata de um movimento importantíssimo na busca pelo melhor acolhimento para cada uma destas crianças que começam a apresentar indícios. Mesmo fora do mês de abril, quanto mais a gente providenciar atividades, sejam elas de consultas, exames ou seminários, melhor para todos. O presidente Jeferson Andrade já apoiou este projeto no campo social, e está comprometido a analisar o lado jurídico para observar de quais formas a Alese pode abraçar ainda mais esse trabalho tão necessário e fundamental para a vida de milhares de sergipanos”, declarou.

Fonte: ALESE

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