ALESC: Taxa de feminicídios em Santa Catarina provoca repúdio no Plenário

alescO alto número de feminicídios em Santa Catarina foi destaque na sessão da Assembleia Legislativa na manhã desta quinta-feira (09). Deputados alertaram para a escalada de violência que as mulheres catarinenses vêm sofrendo no estado. Até ontem, a Secretaria de Segurança Pública havia registrado 24 casos de homens que assassinaram suas ex-companheiras.

A deputada Ada de Luca (MDB) falou da morte de Aline Rodrigues Carmargo Pereira, 37 anos, que foi esfaqueada pelo ex-companheiro em plena luz do dia, na Beira-Mar de São José, município da Grande Florianópolis. “Até quando teremos pessoas que não se conformam com o fim do relacionento?”, indagou a parlamentar, que citou ainda outro caso ocorrido em Rio Negrinho, no Planalto Norte, onde uma adolescente de 16 anos matou a ex-namorada de 17 anos, também a golpe de facas, por não aceitar o fim do relacionamento.

Na opinião de Ada, a situação é estarrecedora. “Venho fazer um apelo para que as mulheres ao notarem o primeiro sinal de possessividade por parte de seus parceiros, não continuem esse relacionamento. Corte o mal pela raiz, procurem ajuda. Imploro para que cada pessoa que veja outra mulher em relação abusiva se manifeste. No fim, estaremos ajudando e poupando vidas”, afirmou. Para a deputada, o Parlamento não pode se omitir, por isso criou uma frente parlamentar para tratar do tema. “Precisamos buscar soluções conjuntas, mostrar resultados. Temos que olhar com maior seriedade para esses fatos. Ninguém está livre, todos aqui têm filhas, irmãs, cunhadas.”

O deputado Maurício Eskudklark (PR) também falou sobre o caso. Mostrou na tribuna a capa de um jornal de circulação estadual que deu ampla cobertura para o assassinato de Aline. “Enquanto Santa Catarina registra o menor número de homicídios em dez anos, infelizmente vemos que essa doença, essa violência contra as mulheres, não diminui. São pessoas que pensam ter posse, ter propriedade de suas parceiras, e isso vira uma tragédia”, avaliou. Para ele, chamou atenção o fato de Aline ter conseguido judicialmente medidas de proteção restritivas em relação ao seu ex-companheiro.

O líder do governo tratou ainda de outro tema que ganhou espaço na imprensa catarinense. O parlamentar lamentou o modo como repercutiu o afastamento cautelar do gerente regional do Instituto do Meio Ambiente (IMA) em São Miguel do Oeste, Rodrigo Eskudlark, que é seu filho. “Nós que moramos no Oeste sabíamos que havia rumores de favorecimentos. E sou a favor das investigações e da punição dos culpados”, disse o deputado. Mas ele demonstrou indignação com o fato da promotoria que apura o caso ter “misturado as coisas” ao determinar a prisão de servidores em investigação que ocorria há 10 meses e o afastamento de Rodrigo, que está na gerência há 60 dias.

Fonte: ALESC

 

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