Foi aberta ao público a exposição Arqueologia Contemporânea, do artista Claudio Partes, no Palácio Tiradentes, no dia 3 de novembro. Por meio de técnicas de restauração e prospecção de cores, as obras revelam camadas de um passado recente. O trabalho tem origem em uma intervenção artística na Casa Hercílio Esteves do Centro Cultural da Fase, em Petrópolis. “Propus resgatar as memórias dos dez anos de atividades da casa removendo as camadas de tinta das paredes. A ideia é desbravar o passado, olhar e imaginar o que existia ali”, contou Partes. A mostra está disponível para visitação gratuita até 5 de dezembro.
O artista utiliza, além de tinta e pincel, bisturi, lâmina de estilete, esponjas e espátulas. “Nada é inserido, vou removendo e revelando fragmentos do tempo”, explicou aos primeiros visitantes durante a inauguração. Partes comenta algumas de suas obras favoritas: “Gosto muito de ‘Passagem das horas’, até por uma identificação. A gente conseguir parar diante de um aparente vazio é algo muito rico. Já ‘O Velho e o Mar’ é outro extremo, faz o observador buscar o que tem de pictórico na imagem.”
Segundo Partes, seus objetivos passam por sensibilizar o ser humano. “Essa é uma das maiores potencialidades das artes. E sensibilizar muitas vezes envolve fugir da razão, da lógica. Num primeiro olhar, as pessoas podem encarar esses trabalhos como pinturas simplesmente. Cara a cara, ele já se questiona e pode enxergar que são camadas, que se trata de algo mais. Então é preciso se permitir ser sensível”, avaliou.
O artista
Claudio Partes atua como artista visual e designer há mais de 25 anos. Seu trabalho explora ao máximo a experimentação – a leveza e a busca pelo essencial são as características marcantes. Entre as exposições coletivas e individuais, estão Cinco Descem a Serra (2015), Arte Garagem (2014), Ensaio BioGráfico (2014) e Serra-Serra (2011). Em 2014, ele ganhou o prêmio Maestro Guerra-Peixe de Cultura pela exposição Brasil-Portugal.
Forte: ALERJ