Uma exposição de mosaicos do artista plástico curitibano Mauro Dacol, denominada “Olhar Mitológico”, será aberta na segunda-feira (13), a partir das 14 horas, no Espaço Cultural da Assembleia Legislativa do Paraná. Proposição do deputado André Bueno (PSDB), a mostra se estenderá até o dia 24 de março, aberta a todos os interessados, no período das 9 às 18 horas. A coleção, que está sendo exposta pela primeira vez, é bastante diferente das anteriores e concentra-se em importantes figuras femininas da Mitologia, como as deusas Hera, Gaia e Afrodite, além de Pandora, Medusa e uma sereia, todas elaboradas a partir do olhar – algo que fascina o artista.
Nela, Dacol utilizou diferentes materiais: azulejos, cerâmica, vidro, madrepérola, porcelana, plástico, penas e vários outros, locais e importados, “escolhidos conforme a intuição e sem nenhum preconceito”. Em novembro ele levará criações suas para uma exposição na Turquia, e antes desta que ocorre na Assembleia, participou de mostras de arte sacra. Aliás, Dacol tornou-se conhecido como “mosaicista dos santos”.
Professor universitário de Matemática Atuarial e empresário da área de Ciências Atuariais, teve um primeiro contato marcante com o mosaico quando deparou-se com criações de Bea Pereira, no Depósito da Ordem, na capital paranaense. Em seguida buscou um curso e seu primeiro trabalho foi uma representação de São Francisco, que deveria ser pequeno e acabou com dois metros quadrados.
Nesta obra misturou o material convencional a cascas de árvores, pedras para criar relevo, mármore na confecção do rosto e vários outros materiais, definindo um estilo que passou a ser observado e copiado por outros artistas. Hoje dedica-se exclusivamente ao mosaico, produzindo uma linha comercial de objetos para casa (home art) e as peças que são expostas publicamente. Aulas sobre sua habilidade só em alguns programas de voluntariado em que está engajado.
Não gosta, porém, quando alguém qualifica o mosaico como artesanato: “É mais que isso. Expressa um olhar único, emoções, muitas vezes demanda intensa pesquisa. Busca soluções originais no uso de toda sorte de material. É muito rico e criativo. É uma expressão artística”, frisa Dacol, que leva para todas as exposições de que participa um mosaico representando um pavão, símbolo de seu atelier.
Mosaico – Há registros da utilização do mosaico desde o século VIII antes de Cristo. A palavra vem do grego e significa “obra paciente, digna das musas”. É formado por fragmentos denominados “tesselas”, que são fixados de forma ordenada sobre uma superfície rígida e unidos por algum tipo de rejunte. Gregos e romanos utilizavam-no em pavimentos, com tesselas de mármore cortadas regularmente.
Com a expansão do Império Romano e da arte cristã, o mosaico passou a integrar a decoração de templos e igrejas. A arte bizantina, um momento especial da técnica, passou a utilizar tesselas irregulares, colocadas em diversas inclinações, permitindo intenso reflexo da luz. O método de construção não sofreu alterações significativas ao longo dos séculos. O que mudou foi a profusão de materiais utilizados, conferindo originalidade e efeitos específicos às representações.