Com o objetivo de contribuir para a retomada do crescimento do setor da construção civil no estado do estado, a Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) realizou, na segunda (13), uma audiência pública em que foram debatidos o diagnóstico e as sugestões para enfrentamento da crise atual. Informações colhidas vão compor relatório que será distribuído aos órgãos competentes e gestores municipais.
De acordo com números expostos durante o debate, cem mil postos de trabalho foram perdidos em razão da crise econômica desde 2013.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil em Pernambuco (Sinduscon-PE), José Antônio Simón, cobrou o retorno das obras paralisadas. “Temos, em Pernambuco, um total de 1.547. Da previsão total de investimento para o período, apenas uma pequena parte foi paga”, ressaltou. “Pernambuco ‘surfou uma onda’ maior do que o Brasil, no período de crescimento econômico, e hoje é o estado que mais tem sofrido com a quebra”, complementou.
Disse também que o Sindicato contratou consultoria no ano passado e, diante do cenário de obras paralisadas, a análise aponta para a necessidade de Parcerias Público-Privadas (PPPs) para o desenvolvimento do setor. Simón chamou atenção, ainda, para os valores colocados nos editais de licitação: “Precisam ser exequíveis”.
Da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Argentina Picchi lamentou a perda de mercado que o segmento tem atravessado. Ponderou que “a redução de investimento da Caixa Econômica Federal, até pouco tempo, também trouxe impacto negativo”. Ao final do pronunciamento, colocou a pasta à disposição para receber sugestões de medidas capazes de aquecer a construção civil. “Nós vamos preparar um relatório, além de ativar outras secretarias que foram citadas e que precisam participar do diálogo”, afirmou.
Um das alternativas apontadas já durante a audiência foi a maior participação estatal no Programa Minha Casa Minha Vida. “A habitação popular representa grande parte do nosso mercado”, pontuou Gildo Vilaça, que preside a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), destacando que cerca de 45% das vendas são concretizadas graças ao programa federal.
Além de cobrar maior atenção do Governo para a questão, frisando que Recife é a única capital que ainda não aderiu ao programa, Vilaça elencou a necessidade de implementação do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI). “O mercado imobiliário depende pouco do Governo Estadual, mas depende muito da confiança, renda e emprego da população, questões que, quando há ações governamentais, trazem reflexo positivo para o nosso setor”, declarou.
Obras de infraestrutura, como o Arco Metropolitano, a Ferrovia Transnordestina e a Transposição do Rio São Francisco, foram elencadas como importantes para garantir desenvolvimento. “Não adianta ficar apenas no planejamento e sem definições que tirem os empreendimentos do papel”, afirmou Luiz Alberto Carneiro, presidente da Associação Comercial de Pernambuco. Ele adicionou, ainda, a burocracia como entrave.