Você sabia que a imigração japonesa no Brasil completa, esta semana, 108 anos? Mas as relações de amizade entre os países é ainda mais antiga. E o Pará é um dos estados que o povo nipônico mais elegeu como segunda casa. Para o Brasil e para o estado, a colonização japonesa trouxe na bagagem, além da disciplina, a arte, a cultura, o desejo de desenvolver aqui a agricultura tradicional que – para o governo estadual na época – representava uma tentativa de resolver o despovoamento na região. Já para o governo japonês, o fluxo significava a saída de colonos em busca de uma oportunidade melhor.
Durante esse período – exceto no espaço de tempo em que ocorreu a segunda guerra mundial – os imigrantes japoneses que se instalaram em terras paraenses receberam total apoio da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa). As manifestações de apoios e de incentivos concedidos pelo Poder Legislativo Estadual, estão registrados nos Anais da Casa.
Os imigrantes e seus descendentes conseguiram – com muito esforço e dedicação – superar as dificuldades enfrentadas na época, destacando-se com êxito em várias áreas, inclusive na política. Nesse contexto, dois representantes políticos de origem japonesa alcançaram cargos políticos, elegendo-se deputados estaduais. O primeiro a chegar ao Poder Legislativo foi o bacharel em contabilidade, Teodoro Nagano, natural de Tomé-Açu. Era descendente da primeira geração e assumiu o cargo em 1993. Em seu mandato, foi membro da Comissão de Indústria, Comércio e Agricultura.
Hoje, a Alepa conta com o segundo representante da terceira geração, o deputado Renato Ogawa. Natural de Barcarena, nordeste do Pará, o parlamentar é graduado em ciências econômicas, técnico em contabilidade e ocupa o cargo de deputado estadual desde fevereiro de 2015. Ogawa faz parte das Comissões de Constituição e Justiça; Educação, Cultura e Saúde; Agricultura, Terras, Indústria e Comércio.
“A vinda dos japoneses ao Pará impulsionou uma cultura agrícola pujante e diferenciada com ganhos concretos ao desenvolvimento das comunidades nipônicas e ao estado. O Pará é importante para os imigrantes e seus descendentes porque aqui teve apoio e continua recebendo amparo e assistência em vários setores, possibilitando o crescimento de seus projetos, contribuindo com a geração de emprego e renda à sociedade paraense”, explicou Ogawa.
Em atuação conjunta, o presidente da Alepa, deputado Márcio Miranda e o deputado Ogawa têm desenvolvido políticas de valorização às comunidades japonesas no Pará. Dentre elas, a realização de Sessão Especial em comemoração aos 120 anos do tratado da Amizade entre Brasil e Japão, em 01 de junho de 2015, na Alepa. Na ocasião, várias autoridades e representantes imigrantes receberam homenagens.
“Este Poder reconhece a contribuição das comunidades japonesas para o desenvolvimento do Pará e, por isso, diversas vezes dedicamos nesta Casa, homenagens aos imigrantes e autoridades nipônicos. As relações diplomáticas e econômicas estabelecidas entre Pará e Japão são resultados concretos do fortalecimento dessa união. O que fazemos é apenas um gesto de gratidão ao que representam para a economia e ao progresso do estado”, ressaltou Miranda.
Para celebrar o centenário da Imigração Japonesa no Brasil, comemorado nos dia 18 de junho de 2008, a Alepa realizou uma Sessão Solene, em que Márcio Miranda e outros deputados condecoraram com o Diploma de Homenagem Especial o Diplomata Hiroyuki Ariyoshi, do Consulado do Japão em Belém, e o presidente em exercício da Associação Nipo-Brasileira, Yuji Ikuta.
Entre tantas outras solenidades, a Alepa prestou diversas homenagens à personalidades das colônias, empresários e autoridades japonesas. Por varias vezes, o Cônsul Geral do Japão no Pará, Yukio Numata foi homenageado, recebendo das mãos do presidente Márcio Miranda, o título de Cidadão do Pará e Medalhas do Mérito Legislativo “Newton Miranda”. Também recebeu, em visita de cortesia, o novo Cônsul Principal do Japão no Pará, Masahiko Kobayashi, quando, na ocasião, conversaram sobre parcerias para atender as áreas de Ciência, Tecnologia e Energia Solar.
Em maio deste ano, Márcio Miranda prestigiou a outorga da Medalha do Mérito Industrial Simão Miguel Bitar, ofertada pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Pará ao empresário de família japonesa Fernando Yamada. Na ocasião, o homenageado destacou o espírito conciliador do deputado Márcio Miranda à frente do Poder Legislativo.
COMUNIDADE – O Brasil tem a maior comunidade de japoneses fora do Japão. Além do Pará, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul possuem as maiores colônias nipoônicas em terras brasileiras. Tomé-açu é a cidade paraense com a maior quantidade de japoneses e descendentes nipônicos no estado.
A vinda dos primeiros japoneses ao Brasil começou em 1908, quando chegou ao porto de Santos, no litoral de São Paulo, o navio Kasato Maru. A embarcação trouxe os primeiros imigrantes japoneses para trabalhar nas plantações de café brasileiras.
Além do Brasil, vários outros países também receberam japoneses ao longo da história, principalmente entre os anos 1868 e 1940. Hoje, estima-se que pelo menos 2,6 milhões de nipônicos vivam espalhados pelo mundo, fora de sua terra natal. A maior parte está no Brasil e em países como Estados Unidos, China, Filipinas e Canadá.
Fonte: ALEPA