Facilitar a vida do deficiente visual com a fixação de informações, em braile, nas gôndolas de padarias, supermercados, estabelecimentos comerciais e similares no estado, é o que propõe o Projeto de Lei 313/2017, apresentado pela deputada Janaina Riva (PMDB). Se sancionado pelo Poder Executivo, as etiquetas deverão estar expostas em local de fácil acesso ao portador de deficiência visual, ou de seu acompanhante, contendo o nome dos produtos, quantidade e seu respectivo preço, grafados em braile.
A ideia agradou o deficiente visual Jair de Souza, de 27 anos, universitário. Vitima de um acidente de trânsito aos 16 anos, teve como sequela a perda da visão. Após o ocorrido, teve que se adaptar à nova condição – ainda na adolescência. Privado de enxergar, Jair lembrou que os primeiros cinco anos foram os mais difíceis, o que hoje ele atribui grande parte dos problemas que enfrentou à falta de estrutura do comércio. “Há quase 12 anos não enxergo. Foi uma fase muito difícil, a gente só dá valor às coisas quando as perde. Eu nunca dei valor, antes do acidente, à minha visão, por exemplo. Na época, como adolescente, foi muito difícil. Mas mais difícil mesmo foi perceber que o mundo não está preparado para os que necessitam de amparo seja da natureza que for”, declarou.
Jair hoje é independente, utiliza transporte coletivo, mora sozinho, cozinha e faz compras. Segundo ele, o que mais o limita não é sua cegueira e sim a falta de “visão social” em prol da acessibilidade. “A gente não pode sair sem contar com a ajuda das pessoas. Por exemplo, se vou ao supermercado tenho que perguntar a seção dos produtos. Alguns a gente sabe o que é pegando, pela embalagem, mas em relação aos preços temos que perguntar para as pessoas ou funcionários. Tudo que vem para facilitar nossa vida é de grande valia. Tomara que essa lei seja aprovada e outras iniciativas como essa sejam apresentadas”, comemorou.