Em um discurso de pouco menos de 55 minutos, repleto de emoção, o governador Rui Costa falou sobre as diretrizes do seu novo mandato, citou a família em diversos momentos, definiu como será sua relação com o Governo Federal e fez uma breve análise dos seus quatro primeiros anos. Em muitas ocasiões, definiu os números em que a Bahia se destaca entres os demais estados como o que “mais contratou policiais e que realizou os mais robustos investimentos em segurança pública”.
Ainda sobre a segurança, Rui Costa afirmou que o nível atual de crime no Brasil não pode e não será combatido como tradicionalmente se tem feito. “Ainda que absolutamente necessária, a repressão sozinha não é capaz de conter os danos causados por essa perversa e perigosa economia do narcotráfico nem de diminuir a morte de jovens”, definiu.
“Aqui, no estado, atuamos juntos, forças policiais e políticas de desenvolvimento social (educação, saúde, trabalho, esporte, cultura) para combater o tráfico, o crime organizado e seus desdobramentos”, explicou. Ele ressaltou que “é preciso construir um modelo de intervenção que interrompa o ingresso dos jovens no mundo do crime” e que haja uma política nacional de inteligência e segurança.
“Durante o meu primeiro mandato, fiz questão de viajar intensamente ao interior da Bahia, onde quis falar que os problemas que vivenciamos só poderiam ser resolvidos com uma corresponsabilidade entre a sociedade e os governos”, disse, considerando que uma sociedade mais equilibrada e mais pacífica resulta de um melhoramento do tecido social, tendo como valores simbólicos e estruturantes a fé em Deus, a família e a educação.
Sobre a educação, o governador afirmou que é necessário dar um salto de qualidade e melhorar os indicadores das escolas. “Quero contribuir diretamente neste processo”, disse, ao defender a ampliação do número de escolas em tempo integral, a implementação das escolas culturais e a educação profissional. “Assim, afirmo o que meus pais ensinaram: educação é uma prioridade, é ela que muda a vida das pessoas e eu sou exemplo disso”.
Rui Costa citou a mãe (que morreu de câncer) ao enfatizar o trabalho que vem fazendo na área da saúde. Hoje, segundo ele, são necessários apenas 40 dias entre o diagnóstico do câncer e a cirurgia para extirpação da doença. Ele acrescentou que essa espera vai se reduzir para 30 dias após a ampliação do Hospital da Mulher, um dos sete hospitais construídos na sua gestão. Ele também citou as oito policlínicas regionais mantidas em consórcio com as prefeituras, informando que serão entregues mais 11 ainda neste semestre, e que até 2021 serão 27 no total. O chefe do Executivo prometeu melhorar a gestão dos equipamentos de saúde, destravando o fluxo de procedimentos e as formas de regulação.
Ao tratar da infraestrutura, o governador prometeu superar os entraves à conclusão da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol) e do Porto Sul, e lembrou que já está em curso o prazo de 60 dias de consulta pública para a materialização do edital para a Ponte Salvador-Itaparica. Garantiu a ampliação do metrô, a implantação do VLT no subúrbio e a conclusão das avenidas transversais. Rui Costa disse também que tem como desafio a autossuficiência do Estado em vários produtos agrícolas, pretendendo agir para propiciar, qualificar e dinamizar tanto o agronegócio quanto a agricultura familiar.
A continuidade da construção de contenções de encostas em Salvador e a ampliação do fornecimento de água na Bahia fizeram com que o governador voltasse à sua juventude, na Lapinha, onde as mulheres buscavam água no antigo chafariz que havia na Ladeira de São Domingos, e as preocupações do seu pai, Cloves, ante as ameaças de desmoronamento das encostas a cada chuva. “Essa mesma preocupação persiste em mim e é por isso que tenho orgulho de já ter construído muitas”, disse.
A lembrança do pai, que morreu meses após a posse do primeiro mandato em 2015, foi o momento de maior emoção do pronunciamento, chegando a embargar as palavras. Ainda em torno da infraestrutura, ele disse que seu governo tirou muitos lugares do isolamento por meio de construção de estradas e pontes. disse que torce e sempre torcerá pelo Brasil e, por conta disso, vai cooperar com o Governo Federal sempre que for do interesse do Estado e da população, mas que estará atento a qualquer ação que possa prejudicar os baianos e o Nordeste.