ALBA: Escola do legislativo promove live para lidar com emoções

O isolamento social decorrente da pandemia do coronavírus alterou a forma de vida com a qual estávamos acostumados. O longo período, iniciado em março e que já perpassa outubro, mudou hábitos, estilos de vida e obrigou as pessoas a se readequarem à nova rotina. Para falar sobre como lidar com as emoções em momentos como esse que nos encontramos, a Escola do Legislativo convidou a psicóloga Cristina Linhares, mestre em sua área de atuação.

A conversa, mediada pelo jornalista Luiz Fernando, foi transmitida em live pela rede social Instagram e integra a programação da Semana do Servidor 2020.

Especialista em terapia cognitivo-comportamental, Cristina Linhares traçou um panorama a respeito do cenário mais comum enfrentado pelos profissionais da psicologia neste momento. Segundo a profissional, desde o início do distanciamento social, foi verificado um aumento de casos de ansiedade, medo e tristeza em pacientes antigos e novos.

Um contexto preocupante, apontou Cristina, é a interpretação equivocada que a pessoa pode fazer ao se deparar com um sintoma. “Tenho observado que, muito a depender de características pessoais, as emoções estão mais afloradas. Por exemplo, alguns sintomas da ansiedade são semelhantes aos da Covid-19, como falta de ar, taquicardia. É importante que ao sentir qualquer sintoma como esse, a pessoa seja responsável e busque orientação médica. O mais importante é fazer essa resolução absoluta de problemas, procurando um médico para verificar exatamente do que se trata”, recomendou.

AUTOCONHECIMENTO E CANSAÇO 

Após seis meses de distanciamento social, muitas pessoas começaram a apresentar sinais de irritabilidade por causa da privação do convívio com amigos ou pela rotina que se tem em casa. Em alguns indivíduos, explica Cristina Linhares, há o prejuízo psicológico devido ao isolamento. “Se é necessário sair, então faça uso da máscara, mantenha o distanciamento, ouça as recomendações médicas. Não é recomendada a reunião com pessoas que não estão isoladas”, sinalizou.

O dia a dia entre pais e filhos também mudou. Sem aulas presenciais e com o home office em grande parte dos segmentos profissionais, o tempo de convívio em casa aumentou. Para as crianças, nem sempre há o espaço necessário para brincar, enquanto os adultos acumularam funções laborais e do lar. “Percebo os pais muito preocupados com isso. A gente está vendo um movimento muito grande de adolescentes buscando lazer, a companhia de amigos. Chegaram à exaustão. É difícil para o adulto, mas é bem complicado para o adolescente e para a criança”.

“Notamos também que as pessoas se sentem mais cansadas, porque acumularam tarefas, cuidam de casa, de filho, de trabalho, muitas vezes ao mesmo tempo. Já há muitas queixas de irritabilidade, as pessoas perdem a paciência com muita facilidade, o que impacta na produtividade”, relata Cristina. A profissional alerta para a forma como cada um deve enfrentar esse contexto. “Estamos vivendo algo diferente, não nos preparamos para isso, não podemos exigir que nossa performance no trabalho ou estudo seja a mesma de outrora. É necessário a compreensão da adaptação”, frisou.

EMOÇÕES SÃO BENÉFICAS 

De modo geral, explicou a psicóloga, todas as emoções que sentimos são benéficas, desde que sejam encaradas do modo correto. No entanto, muitas pessoas não sabem lidar com os sentimentos. “O medo é benéfico, é protetivo: não atravesso a rua de qualquer jeito, não dirijo de qualquer jeito. O problema é quando passo a interpretar situações neutras como se fossem de risco. É muito importante aprender a lidar com as emoções”.

Cristina Linhares afirma que esse momento é importante e oportuno para um exercício especial: o autoconhecimento. “É um momento em que as pessoas estão buscando conhecer a si mesmas, isso é extremamente positivo. Passam a desenvolver habilidades para lidar com as emoções em vez de lutar contra elas. Em momento de crise como esse, é preciso buscar emoções que nos deem prazer. Também é uma oportunidade para aprendermos a lidar com as emoções e desenvolver habilidades que não tínhamos. É uma oportunidade para entender mais sobre nós mesmos”, reforçou.

Fonte: ALBA

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