ALAP: Assembleia realiza palestra sobre exploração e abuso sexual infantil no ‘Maio Laranja’

Foto: ALAP

Em alusão à campanha nacional “Maio Laranja”, a Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), por meio da Divisão de Saúde, promoveu uma palestra no programa “Sextou com Saúde” nesta sexta-feira (24). O evento, intitulado “Conversando sobre o combate à exploração e abuso sexual infantil”, iniciou às 9h no Mini Plenário Rita Ramos e teve como objetivo conscientizar sobre esse crime.

O evento contou com palestras da assistente social Fabíola Aguiar Rodrigues Ramos, da Secretaria de Assistência Social do Amapá; da enfermeira e responsável técnica do Serviço de Atendimento à Vítima de Violência Infantil do Pronto Atendimento Infantil PAI/HCA, Perla Milena Silva dos Santos; e da representante do Conselho Tutelar de Macapá, zona sul, Huelma Medeiros.

A assistente social Fabíola Aguiar destacou a importância da Rede Abraça-me, uma iniciativa de enfrentamento à violência sexual infantojuvenil que, além de ações preventivas, busca integrar diversas políticas públicas. “Atualmente, em nosso Estado, temos quatro redes instituídas: em Oiapoque, Laranjal do Jari, Santana e Macapá. Contudo, nosso objetivo é expandir para que todos os municípios tenham suas próprias redes integrais de proteção”, afirmou. Ela também falou sobre os tipos de violência (física, sexual, psicológica e tráfico de crianças e adolescentes) e apresentou um fluxograma de atendimento que visa orientar de forma ágil e eficiente o acolhimento das vítimas, identificando as instituições responsáveis por cada etapa do processo.

Perla Milena Silva dos Santos detalhou os serviços oferecidos pelo Serviço de Atendimento à Vítima de Violência Infantil (SAVVI) do PAI/HCA, que acolhe crianças de 0 a 12 anos vítimas de qualquer tipo de violência. “Atuamos 24 horas por dia, oferecendo atendimento de urgência e emergência. Nossa equipe multiprofissional está sempre à disposição, e quando algum profissional não está presente, acionamos a equipe de sobreaviso”, explicou. Para os casos de violência aguda (até 72 horas) e crônica, o serviço oferece acompanhamento detalhado, incluindo visitas diárias e um acompanhamento de seis meses para as vítimas de violência sexual. “Nossa prioridade é sempre estabilizar a saúde e a vida da criança, proporcionando um ambiente seguro onde ela possa falar livremente sobre sua experiência sem repetidas entrevistas”, ressaltou. O SAVVI também realiza a capacitação de profissionais envolvidos, garante a escuta protegida conforme a Lei 13.431/2017 e seu decreto regulamentador 9.603/2018, oferece testes rápidos, medicações profiláticas e acompanhamento médico e psicológico.

Huelma Medeiros, conselheira tutelar de Macapá há 11 anos, alertou para a realidade do Amapá, que lidera o ranking nacional de abuso e exploração sexual infantil. “Campanhas de prevenção ao abuso e à violência contra crianças precisam ser realizadas o ano todo. A formação e o compartilhamento de conhecimento são essenciais para proteger nossos filhos”, ressaltou.

“Quando falamos de abuso sexual, estamos lidando com um problema profundo e complexo que exige políticas públicas eficazes, legislações rigorosas e um sistema de atendimento bem estruturado para as vítimas. Precisamos de um esforço conjunto para retirar nosso Estado dessa lamentável posição de liderança no ranking de abuso sexual infantil. Não podemos aceitar que nossas crianças continuem sendo violadas. É crucial que todos, desde o poder público até a sociedade civil, se unam para garantir um ambiente seguro e de proteção para nossas crianças e adolescentes”, concluiu a conselheira.

Ao final do evento, foi aberta uma sessão de perguntas. Entre os questionamentos, surgiu a preocupação com a identificação de sinais de violência em crianças. Huelma Medeiros respondeu: “Nosso trabalho é observar essas crianças de perto. Ao notar hematomas em diferentes estágios, devemos agir com sensibilidade e encaminhar para os serviços adequados”.

Fonte: ALAP

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