O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, defendeu, nesta quinta-feira (23), um novo pacto político no país, ao falar sobre “Equilíbrio federativo e desenvolvimento sustentável”, em palestra na XVII Conferência Nacional de Legisladores e Legislativos Estaduais (CNLE), no Centro de Convenções de Pernambuco. Em sua opinião, esse novo acordo deve levar em conta o estabelecimento de “nova prática política”, que contemple a existência de um projeto com programa bem definido, a participação popular e uma gestão baseada na eficiência.
Para Campos, o modo antigo de fazer política está ultrapassado e significa o repúdio popular às práticas políticas “carcomidas e vencidas”, que desprezam, por exemplo, o estabelecimento de meritocracia na administração pública. O chefe do governo pernambucano disse que, apesar dos avanços conquistados nos últimos anos, o Brasil tem muito que evoluir para continuar crescendo em garantir a felicidade de seu povo.
Evolução – O governador fez uma análise da situação econômica e política do Brasil a partir da década de l980, desde a transição democrática alcançada com a Constituinte até a atual crise que afeta a todos os países. Em sua opinião, as décadas de crise dos anos 1980 e 1990 registraram avanços no controle dos gastos de estados e municípios, através da Lei de Responsabilidade, que foi uma resposta ao déficit nos serviços públicos, assim como a Lei de Assistência Social (Loas) representou avanços para grande contingente de brasileiros.
Os bons resultados alcançados a partir dos anos 2000 foram, em sua opinião, respostas brasileiras à crise que vem afetando a economia mundial. Para ele, apostar no mercado interno foi uma decisão que se mostrou positiva e demonstrou a disposição do governo de enfrentar a crise. Campos disse, no entanto, que o atual momento requer a melhoria da produtividade para que o país continue crescendo, o que vai exigir cada vez mais investimento em pesquisas, destinado à formação de pessoas capazes de enfrentar dificuldades no futuro.
“O Brasil precisa fazer grande esforço para melhor a infraestrutura, as estradas, os portos e aeroportos a fim de superar o tempo em que não foram feitos” – disse. Para Campos, é fundamental adotar medidas que visem a redução de desigualdades em busca do permanente desenvolvimento social. “O desenvolvimento social é o caminho do desenvolvimento econômico” – afirmou.
Eduardo Campos defendeu, ainda, uma ampla reforma política “que unifique as eleições para despolitizar as eleições brasileiras”, procurando sair das “birras” para colocar “os interesses do povo” como prioridade. “As brigas políticas não servem mais à Nação” – afirmou para, em seguida, acrescentar a necessidade de reforma tributária. Em sua opinião, esta reforma só virá com “novo pacto federativo que desconcentre as receitas”.
“Em l985, 80% da receita da União era compartilhada com os estados e os municípios. Em 2012, apenas 36,6% dessas receitas foram compartilhadas” – ressaltou o governador, que citou dados sócioeconômicos de seu Estado (redução da criminalidade, da mortalidade infantil, maior repasse de ICMS para os municípios) para acentuar que com essas mudanças têm permitido Pernambuco manter a maior taxa de crescimento entre os estados brasileiros.