O Setembro Verde é o mês do debate sobre a doação e o transplante de órgãos e tecidos. Sendo assim, ao longo desse mês, o deputado estadual Doutor Hércules (PMDB) intensifica ações na Assembleia Legislativa para conscientizar a população sobre a importância dessa causa.
“Hoje 1.100 pessoas esperam por um órgão ou tecido no Espírito Santo. Nosso objetivo é chamar a atenção para doação e incentivar uma postura pró-ativa dos familiares. A negativa familiar é o principal motivo para a não doação”, lembra o parlamentar.
Programação
Na Assembleia Legislativa o debate sobre o tema começa na tarde desta segunda-feira (4), durante a sessão ordinária, no Plenário Dirceu Cardoso. A coordenadora da Central de Transplantes do Espírito Santo, Raquel Duarte Corrêa Matiello, participa da Tribuna Popular. “Convidamos a coordenadora, que vai falar sobre os desafios da doação de órgãos para transplantes no Estado”, conta Doutor Hércules.
Na terça (5), é a vez de a Comissão de Saúde e Saneamento receber a coordenadora da Central de Transplantes do Estado. A Doação de Órgãos para Transplantes no Espírito Santo será o tema abordado na reunião marcada para 9 horas.
Já no dia 26 de setembro está prevista a realização de uma audiência pública sobre ações de doação de órgãos. O evento vai marcar o Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado em 27 de setembro.
A programação do Setembro Verde na Assembleia Legislativa pode ser acompanhada ao vivo pela TV Ales, na Grande Vitória, nos seguintes canais: Digital 19.2, GVT 319.2, Net 12, RCA 14 e Sky Digital 519.2.
Nova Lei
Além de mobilizar a sociedade sobre a importância da doação de órgãos, a campanha Setembro Verde também tem o intuito de fomentar a discussão para a criação de leis que amparem o transplantado e seus familiares. O deputado estadual Doutor Hércules atua no aprimoramento da legislação no que tange os direitos dos transplantados. Recente iniciativa do parlamentar exemplifica esse trabalho.
A Lei 10.633 garante aos doentes renais crônicos transplantados e em hemodiálise o direito a atendimento preferencial. “Acredito que essa medida vai melhorar a rotina de muita gente”, disse Doutor Hércules. “Os renais crônicos passam pelo sacrifício da hemodiálise. Precisam de um tratamento especial, principalmente nas filas”, complementou.
A Lei 10.633 garante para as pessoas portadoras de doença renal crônica e transplantados tenham atendimento prioritário nos serviços públicos e privados, como agências bancárias, supermercados, lotéricas, serviços de saúde e assistência social, entre outros. Para ter acesso ao benefício, essas pessoas deverão apresentar documento emitido pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Atualmente 2.500 pessoas fazem diálise no Espírito Santo. Desse total, quase mil estão na fila para receber um novo rim. Existem cerca de dois mil transplantados renais no Estado. Doutor Hércules também autor da Lei 10.375/2015, que institui a Semana do Rim, celebrada no mês de março; bem como da Lei 10.016, que institui a Semana de Conscientização do Doador de Medula Óssea no Estado na segunda semana de dezembro.
Recusa familiar: principal entrave da doação
A recusa de familiares ainda é o principal empecilho ao avanço dos transplantes no Espírito Santo. De janeiro a julho de 2017, dos 156 pacientes falecidos que estavam aptos a ter seus órgãos captados, 50 não puderam doar porque a família, que é quem autoriza a doação, recusou.
Tomando a maior fila de espera, que é de rim – atualmente com 958 pessoas, no Espírito Santo, à espera do órgão para transplante –, e considerando que cada paciente poderia doar os dois rins, mais 100 pessoas poderiam ter sido beneficiadas caso as famílias desses 50 pacientes tivessem dito “sim”.
“Não há transplante sem o gesto solidário de uma família. A doação só ocorre com autorização dos parentes mais próximos. Por isso é importante que as pessoas conversarem com seus familiares e expressarem o desejo de se tornarem doadores após a morte”, enfatiza Doutor Hércules.
Fonte: ALES Foto: Divulgação