35052944041_a3ab17510f_oIniciando os trabalhos do segundo dia da 21ª Conferência Nacional da Unale (8), quatro governadores debateram a crise econômica nos estados. Beto Richa (PSDB-PR), Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Wellington Dias (PT-PI) apresentaram a situação econômica de seus estados e também opinaram sobre o que é necessário para a retomada do crescimento do país.

Anfitrião do evento, Beto Richa, destacou o ajuste fiscal promovido no Paraná, que manteve o equilíbrio das contas públicas e permitiu ao estado investir em obras de infraestrutura. “Foi muito difícil fazer e buscar o equilíbrio das contas públicas. Paguei um preço pessoal altíssimo, mas deu tudo certo e hoje posso dizer com absoluta tranquilidade que o Paraná tem a melhor situação fiscal e financeira do país”, destacou Richa. O chefe do executivo local ainda afirmou que “hoje o orçamento está com previsão de investimentos de R$ 8 bilhões, no total de receitas do estado, investimento de 15%, salários em dia e obras por todos os municípios”.

Outro governador que também previu o agravamento da situação econômica e se antecipou foi o do estado de Goiás. Marconi Perillo relatou a experiência do governo para combater a crise econômica e acentuou o apoio que recebeu da Assembleia Legislativa na aprovação das medidas. “Diminuí o número de secretarias, de cargos comissionados e consegui que a Assembleia aprovasse todas as medidas de austeridade. O resultado é que agora nós possuímos mais dinheiro para fazer investimentos e ajudar a melhorar a vida das pessoas que pagam impostos e que são o principal foco da ação dos governos”, disse.

Segundo o Perillo, o gasto público é como unha, tem que cortar o tempo inteiro para não quebrar o estado e perder as condições para garantir qualidade e serviço. “Nós que fizemos as reformas temos que continuar vigilantes e aqueles que não fizeram terão que fazer sob pena de ver seus estados entrarem em colapso”, alertou.

Para o governador paulista Geraldo Alckmin, o caminho para diminuir a crise e, principalmente, fortalecer a federação e os legislativos é a descentralização das competências. “Cada estado tem a sua realidade, a sua possibilidade e podemos ganhar muito na área de execução penal, de inquérito, em inúmeras atividades que a gente pode, através dos estados, fazer melhor com menos dinheiro. Também é preciso descentralizar os recursos, quem ganha com isso é a sociedade, pois o governo mais perto é o governo controlado pela população e mais próximo das necessidades do povo”, afirmou. Alckmin pontuou também que a crise não é apenas nos estados, mas nos municípios e na União, logo as leis de ajuste ficais devem abranger todos os níveis de governo.

Já o governador do Piauí, Wellington Dias, disse que a prioridade deve ser buscar mecanismos para minimizar a crise econômica. “É muito grande a responsabilidade de todos nesse momento do país. O papel do Legislativo é trabalhar medidas que dependem do setor público e passam pelas Assembleias. Na conjuntura que estamos, precisaremos aprender a dialogar para encontrar a saída para a crise institucional política, mas também temos que dar prioridade na crise econômica. Temos 14 milhões de pessoas desempregadas e a necessidade agora é procurar alternativas para o crescimento”, explanou.

Rebatendo a opinião dos demais, que enfatizaram a importância das reformas políticas e previdenciária, Dias defendeu a criação de mecanismos para alavancar o crescimento econômico. “Acreditamos que nessa conjuntura vamos conseguir fazer tantas reformas? Já tentamos em outros momentos e não fizemos. Precisamos trabalhar para que elas acontecem e, em paralelo, é preciso ampliar o crédito, garantir que o setor público seja o âncora, criando ambiente favorável à gestão”, finalizou.

Participaram ainda deste painel o presidente da Unale, deputado Adjuto Afondo (PDT-AM), o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano (PSDB), o ministro da Saúde, Ricardo Barros e o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, José Vitti (PSDB).

Modelo e Saneamento Inovação e Sustentabilidade

Ainda pela manhã, a programação recebeu a discussão sobre os modelos de saneamento, com o presidente da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Mounir Chaowiche.  Durante a palestra, Chaowiche apresentou o modelo adotado pela empresa paranaense no que diz respeito a inovação e a sustentabilidade, além de falar sobre a contribuição deste modelo para o desenvolvimento regional.

Neste segundo painel, compuseram a mesa o ex-presidente do Parlamento Amazônico, Sinésio Campos (PT-AM); o senador Sérgio Petecão (PSD-AC); a ex-presidente da Unale, Ana Cunha (PSDB-PA), a vice-presidente da Assembleia do Rio Grande do Sul, Liziane Bayer (PSB-RS);  e os deputados Jesuino Boabaid (PMN-RO)  e Janete de Sá (PMN-ES).

Marina Nery e Jaime Martins /  Ascom Unale

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